A Casa Gandaresa insere-se no grupo de Casas Pátio da Arquitetura vernacular cujo potencial de desenvolvimento evolutivo ao longo da sua vida útil, acompanhou o aumento do agregado familiar e também a sua eventual melhoria económica. É por este motivo que dentro da mesma categoria de Casa Gandaresa podemos ter uma Casa com planta em “L”, ou em “U” ou mesmo em “O”, com algumas partes da construção de épocas diferentes. No entanto, esta é facilmente identificável pela sua fachada que apresenta na generalidade formas características que a individualizam, mesmo com os regionalismos de cada local, época de construção ou influência de imigrantes do Brasil e dos Estados Unidos, sobretudo.
Em “L” (a mais comum, é a predominante nos 3 concelhos representando quase 50% do total), que podia crescer para configurações em “U” (aproximadamente 30% dos casos) e/ou em “O” (restante).
Há ainda a considerar que a Casa Gandaresa tem uma ligação forte à ruralidade destas regiões, às tradições familiares e de solidariedade, comunitárias e construtivas, pelo que mesmo quando nos anos 50 do século XX a adoção do betão armado e do tijolo passou a generalizar-se, verificou-se uma resistência em abandonar as antigas formas de construir, mas sobretudo, de abandonar a organização interna das habitações. Por este motivo, observam-se Casas que sendo posteriores ao modelo típico de Casa Gandaresa apresentam características com alguma semelhança de morfologia, mas com janelas mais largas e linhas mais simplificadas, com cores diferentes.
A arquitetura da Casa Gandaresa está associada à estrutura social e económica sobretudo ligada à ruralidade, que acaba por ser definidora da dimensão da Casa, do número de divisões, da dimensão e diversidade das instalações agropecuárias e também do nível decorativo da fachada e do interior.
Verificou-se que a denominação dos compartimentos pode ter alguma variação em alguns locais para o mesmo tipo de função ou função dentro da mesma categoria, tendo sido mais comuns as seguintes denominações:
De referir que a maioria dos edifícios visitados não apresentava instalação sanitária de origem incorporada na habitação.
_65affd63aad4a.png)
