Etnografia

Distinto do que é utilizado atualmente, a forma de vestir e o próprio vestuário eram adequados às atividades e situações quotidianas desempenhadas pelo povo gandarês. Os trajes mais identitários gandareses - femininos e masculinos - eram usados ou no quotidiano (e, neste caso, representavam o setor da agricultura), ou em épocas festivas e “aos domingos”, onde usavam uma vestimenta mais senhorial:

Traje gandarês (feminino) (Oliveira, 2010):

  • - O chapéu preto (redondo, decorado com uma pena de ave);
  • - O lenço de ramagens (“lenço de caixuné” - atado sob o maxilar inferior, ou na nuca);
  • - A blusa (normalmente com motivos florais);
  • - A saia e o avental (enlaçados ao corpo através de cinta negra).

Traje gandarês (masculino) (Oliveira, 2010):

  • - Chapéu preto (de aba curva);
  • - Camisa com motivos geométricos (dobrada pelo cotovelo);
  • - Calça (também cingida) de algodão, de “zuarte” ou de cotim;
  • - Geralmente, descalços (em especial, nas tarefas agrícolas) ou de tamancos (masculinos e femininos, diversamente coloridos e ornamentados), exceto em dias festivos, em que surgia o sapato e a bota.

No livro ‘Glossário de Termos Gandareses’, conta com 2500 palavras e termos, sobre ‘a casa, a terra, a economia, o povo, rituais e intervenção cultural’, que eram comuns de serem faladas e que descreviam o dia-a-dia das comunidades locais. São nitidamente termos que estão relacionados com as realidades que eram vivenciadas, e que estavam maioritariamente ligadas à agricultura, criação de gado, habitação, ou seja, casa gandaresa, tradições e festividades, etc (Cação, 2002).